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Feature Factory: vilã ou solução para times de produto?

Se você trabalha com produtos digitais, já deve ter ouvido falar do termo "Feature Factory". E, se não ouviu, provavelmente já viveu algo parecido sem nem perceber.


A ideia de que times de produto viram fábricas de features é um debate antigo – e, sinceramente, polêmico. Afinal, será que entregar muitas funcionalidades é realmente um problema ou, dependendo do contexto, pode ser uma solução válida?


Vamos explorar esse tema juntos e, no final, vou te mostrar como sair desse ciclo (caso você esteja preso nele).


O Que é Feature Factory?

O termo Feature Factory foi popularizado por John Cutler e descreve times de produto que funcionam como uma linha de produção de funcionalidades. Eles estão sempre entregando algo novo, mas raramente sabem se aquilo gerou valor de verdade.


Sinais de que seu time pode estar atuando como uma Feature Factory:

  • O foco está apenas na entrega e não no impacto.

  • As decisões são baseadas em pedidos de stakeholders e não em dados.

  • O backlog é uma lista infinita de tarefas que ninguém questiona.

  • Métricas como velocity e quantidade de releases são tratadas como sucesso, enquanto resultados reais são ignorados.


Soa familiar? Pois é, não é raro ver empresas nessa situação.


Por que Feature Factory é visto como algo ruim?

A maior crítica à Feature Factory é que ela gera produtos inchados, com funcionalidades que ninguém usa.


O time trabalha no piloto automático, e decisões importantes são tomadas sem uma reflexão real sobre o impacto no usuário ou no negócio. O resultado?

  • Custo alto para manter features irrelevantes

  • Experiência do usuário comprometida.

  • Time desmotivado, porque não vê o impacto do que entrega.


É aquela sensação de estar correndo sem sair do lugar.


Mas será que Feature Factory é sempre ruim?

Agora vem a parte polêmica: existem cenários onde um comportamento de Feature Factory pode ser uma solução temporária.


  • Em produtos em fase inicial: Startups que ainda estão validando sua proposta de valor podem precisar testar várias funcionalidades para entender o que funciona.

  • Em momentos de pressão comercial: Algumas empresas lidam com demandas específicas que exigem uma sequência intensa de entregas.

  • Em cenários de transformação digital: Organizações que estão digitalizando processos internos podem precisar focar mais na execução para ganhar eficiência.


O problema é quando esse comportamento vira padrão e não uma fase temporária.


Como evitar que seu time vire uma Feature Factory?

Se você quer fugir desse ciclo (ou pelo menos equilibrar as entregas com impacto), aqui vão 4 práticas que podem ajudar:


  1. Defina Outcomes, não apenas Outputs

    Foque em resultados esperados e não só nas entregas. Pergunte sempre: "Que comportamento do usuário queremos mudar?"

  2. Invista em Discovery Contínuo

    Priorize pesquisas, entrevistas e validações com clientes. Teste hipóteses antes de sair desenvolvendo funcionalidades.

  3. Diga "não" com confiança

    Nem toda ideia precisa virar uma entrega. Seja claro ao explicar por que algo não deve ser priorizado agora.

  4. Crie um Roadmap baseado em impacto

  5. Construa um roadmap que priorize problemas reais e não apenas uma lista de demandas internas. Use métricas para medir o sucesso de cada iniciativa.


Como desenvolver essa mentalidade?

Eu sei que sair de uma Feature Factory e se tornar um time de produto mais estratégico não é fácil. Leva tempo, exige mudança de mentalidade e, principalmente, conhecimento sobre como aplicar discovery, priorização e métricas de impacto na prática.


É por isso que eu sempre digo: você precisa dominar as ferramentas certas para atuar com confiança e entregar resultados reais.


Agora me conta: você já viveu (ou está vivendo) uma rotina de Feature Factory? Como você enxerga isso? 

 
 
 
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